Na última semana, a professora Djamila Ribeiro encerrou mais uma etapa da sua turnê internacional de 2025. Entre os dias 12 e 19 de junho, ela esteve na África do Sul para uma agenda que combinou arte contemporânea, literatura e diplomacia cultural. A viagem marcou seu retorno ao país africano seis anos após a primeira visita, em 2019, quando foi convidada pelo Ministério do Turismo local para celebrar o centenário de Nelson Mandela. “Foram dias inesquecíveis, cheios de trocas e afetos”, relembrou, em seu perfil no Instagram.

Agora, em 2025, o retorno se deu por dois motivos centrais. O primeiro foi o lançamento de Where We Stand, edição em inglês do bestseller Lugar de Fala, publicado pela Yale University Press. O evento ocorreu no último dia 18 de junho, na Universidade de Wits, em Joanesburgo — instituição centenária com papel fundamental na luta contra o apartheid. “Fiquei sabendo que provavelmente eu tenha sido a primeira pessoa brasileira da história a realizar um lançamento oficial de livro na África do Sul.”

Com apoio da Embaixada do Brasil e do Departamento de Antropologia da universidade, o lançamento contou com a presença da embaixadora do México e de representantes das missões diplomáticas de Angola, Jamaica, Colômbia e Uruguai. Djamila dividiu a mesa com a fotógrafa Letícia França e com artistas baianos contemplados por políticas públicas de cultura do governo do estado da Bahia.

Na África do Sul, o livro será distribuído pela Jonathan Ball Publishers, maior editora do país, responsável também pela organização da agenda de imprensa. Djamila foi entrevistada pela jornalista Jennifer Platt, do Sunday Times, e participou do podcast literário Cheeky Natives, apresentado por Dr. Alma e Letlhogonolo Mokgoroane. “Agradeço profundamente a Shakti India e à equipe da Jonathan Ball pela forma respeitosa e afetuosa com que acolheram a obra.”

O segundo motivo da viagem foi integrar, como conselheira e patrona da Pinacoteca de São Paulo, a delegação que visitou instituições culturais em Joanesburgo e na Cidade do Cabo. Entre os espaços visitados, a Goodman Gallery, a Momo Gallery, a Stevenson Gallery e o Zeitz Museum. “Visitamos museus espetaculares (…) e pessoalmente saí muito inspirada do encontro com Pulane Kingston, uma mulher negra que é uma das mais poderosas colecionadoras de arte no mundo.”

Em publicações nas redes sociais, Djamila destacou a boa convivência entre o grupo e o ambiente de escuta ao longo da viagem. “Tivemos a graça de alcançar a harmonia e a congregação entre a turma, e vivemos momentos deliciosos de confraternização. Uma turma descontraída e focada em aprender e ouvir com artistas, curadoras e colecionadoras de arte o que de vanguarda está sendo produzido no país.”

A professora Djamila Ribeiro fez questão de agradecer ao embaixador Benedicto Fonseca Filho e à equipe da Embaixada do Brasil na África do Sul. “Foram dias de muito axé”, celebrou.

No dia 19, já em trânsito, Djamila participou de uma aula online para o campus da New York University em Abu Dhabi, a convite da professora Cristina Buarque de Holanda. “A turnê de lançamentos das edições traduzidas dos livros volta ao seu curso e se aproxima do final. Tem sido muito legal contar com a companhia de vocês por todo esse caminho. Avante!”